segunda-feira, 22 de março de 2010

MGMT - Congratulations (2010)


O hippie se foi e o hype ficou. Essa deve ser a afirmação mais consistente sobre o retorno do MGMT. Desde o debut, fãs de todos os cantos do mundo aguardavam desesperadamente por um novo flash da banda.
As batidas de hinos como 'Kids', 'Time to Pretend' e 'Electric Feel' ainda ecoando fresquinhas na cabeça e algumas participações em outros projetos musicais até a anunciação de um novo álbum, mais experimental e com influências da surf music...Sim, foi o que Ben Goldwasser e Andrew VanWyngarden anunciaram. E desde então só o suspense, algumas novas composições tocadas ao acaso em apresentações e meses a fio num estúdio resultaram no ainda confuso Congratulations.


A começar pela arte da capa, veja bem, não é algo tãooo usual assim, algo como um cartoon tosco e muito mal resolvido ainda batendo na porta um quê de psicodélico. Depois da audição do disco, pude constatar que a tal surf music que eles anunciaram está lá, só que muito bem administrada aos outros sons que a banda sabe misturar muito bem. Não há tanta obviedade, embora o som siga 'quase' o mesmo rumo de Oracular Spectacular, o duo conseguiu tirar daí um aspecto importante: aquele mais do mesmo só que mais recalchutado, mais viajandão e aparentemente original, mesmo não sendo. Ah, entendeu? Não?? Tudo bem, é só ouvir o disco.

Para os fãs, como eu, o novo disco consegue sim matar saudades do anterior, não é um som entediante, nada disso. É um bom lançamento e o duo acerta ao anunciar que não há singles (bom, pelo menos não deveria haver) e que deve ser ouvido como um todo, como uma faixa de cada vez em sequência. E assim deve ser feito, o clima é ótimo e a mesmice passa longe!

Indo ao disco, "It's Working" é a faixa de abertura e tem algo dos anos 60 e 70 embutido na melodia baseada em altos e baixos, meio agitado aqui, quebrado ali na frente. "Song For DanTreacy" vem logo a seguir com sua aura jovem e descompromissada revelando algo entre Weezer nos tempos adolescentes e um Blur mais alegrinho numa batidinha retrô.

"Someone's Missing" mais parece um híbrido de Metanoia e The Youth, do álbum anterior: lenta e cativante. "Flash Delerium" cumpre o que o nome promete: é a faixa mais insana que eles já produziram, tem 4 partes em 4 minutos - Bowie, Queen e Flaming Lips ao mesmo tempo. Loucura, loucura, loucura. É tipo um álbum of Montreal encapsulado numa única canção, basicamente. "I Found A Whistle" tem uma bela passagem e é bem reflexiva.

"Siberian Breaks" começa meio acústica, um violão num dia frio - eis a impressão mais fiel. em "Brian Eno" precisa dizer mais alguma coisa? É meio insana. "Lady Dada's Nightmare" é obscura (Será que é uma indireta para Lady Gaga? Espero que futuramente MGMT e Gaga não tenham projetos juntos. Brrrr! Não entendo o porquÊ de música pop pegajosa para massas ás vezes se cruzar com múisca alternativa. Não dá certo! É meio conservador, mas é assim que tem que ser).

O álbum fecha exatamente com seu homônimo, a graciosa faixa "Congratulations". O clima é muito legal, como se pudesse vislumbrar um por de sol e depois o silêncio de um sono reconfortante. Preste atenção nas palminhas no final da música, é hilário! CLAP, CLAP, CLAP hahaha!

E para quem ainda não ouviu, não sei mais o que dizer. Então encerro esse review com um trecho de Camões que sinaliza bem o que é esse novo trabalho do MGMT. p.s.: a adaptação é minha, ok? rs



"Congratulations é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder..."


Nota: 6,7

terça-feira, 2 de março de 2010

segunda-feira, 1 de março de 2010

Mix Tape# (Links para download nos coments)

Sempre fui fã dos The Courteeners, e devo dizer que eles arrasaram neste último disco, Falcon (2010). O single "You Overdid It Doll" é contagiante e não consigo parar de escutar. Muito bom.


Outra banda super legal e que já não é tão recente assim é o Eels, mas vale conferir o álbum End Times (2010) e o EP de mesmo nome do álbum. Destaque para as faixas " The Beginning", "In My Younger Days", "A Line in the Dirt", "End Times", " Nowadays", "Little Bird" e "Some Friend".



O I'm from Barcelona também lançou algo bem legal e sugestivo: 27 Songs From Barcelona (2010). A bolacha se resume em 27 canções cada qual gravada por um dos 27 integrantes do grupo. Entre as faixas, destaque para as belas "Best Days Are To Come" e "Be the Same". O download das faixas você encontra AQUI.




Ainda por cima, você não deve deixar de ouvir o novo disco do Lifehouse, Smoke and Mirrors (2010). Este novo álbum conta com mais peso e guitarras nas composições, o que não é algo tão característico da banda e peca na falta de boas baladas como nos trabalhos anteriores.