sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Drums of Death - Generation Hexed (2010)


Bem à la Jack Skellington, a face pintada é o estilo inconfundível do Drums of Death- a.k.a. Colin Bailey. Você não estaria completamente enganado ao pensar que este álbum de estreia é, basicamente, parte da cena witch house. Em marchinhas funestas ou em batidas 8-bit mezzo Hot Chip ou mezzo qualquer outra coisa do gênero,Generation Hexed é mais sobre música pop eletrônica cantarolada do que necessariamente uma espécie de gothwave como Salem ou oOoOO.

O disco é bem bacana e vale a pena dar uma conferida, principalmente pela parte que diz respeito às diferentes sonoridades abordadas - justamente por isso, a bolacha não cai num contexto monótono e fora de linha como tanto se vê na cena eletrônica atual. O disco abre com "Karaoke", introdução onde Bailey explora um quase mantra banhado em sintetizador flutuante. Logo depois temos a impressão de um revival aos Talking Heads numa outra encarnação na faixa "Science & Reason" - algo como um jazzsofisticado com tendências roqueiras dançantes dos anos 80. Ainda assim, o hype só fica completo com o trio "Won't Be Long", "Lonely Days" e "Creak": de cara os melhores momentos do pacote.

Os synths de "Lonely Days" são de causar inveja até mesmo no mais experiente DJ e eu duvido que o ouvinte fique parado ao som futurista desta pancada sonora. "Creak" beira o desespero no seu clima dark arrastado e ambientado ao estilo da trilha sonora de algum filme de terror B - é diversão garantida para quem gosta de música ambiente. A certo momento, as batidinhas 8-bit dão um toque descontraído ao som carregado e esse contraste torna-se bem inventivo.

Bailey afirma que Generation Hexed "é a música pop nos meus termos". Ele tenta sempre descobrir como transformar a música em algo rápido, sujo e acolhedor. O disco conta com uma fórmula cativante: rave intensa como o ácido e melodias e batidas nervosas fincadas entre sintetizadores funky e muitos bleeps. A voz me lembra muito a de James Murphy, apesar de Colin gritar um pouco mais que o gordinho do LCD Soundsystem.

A segunda parte do disco não decepciona mas desacelera sutilmente; mas claro, nada que prejudique a audição desse pedacinho de céu. "All These Plans" é a baladinha para gregos e troianos. Já "Modern Age" é deliciosa para cantar junto ao coro de amigos na danceteria. O disquinho encerra com as firulas de "Voodoo Lovers (feat. Gonzales)" que, como o nome já diz, conta até com participação especial.

Muitos podem até discordar, mas se tratando de estripulias sonoras, o Drums of Deathdá um show a parte e, mesmo não lançando algo para figurar entre os melhores de 2010, dá margens ao que ainda pode-se esperar dele - pois se tratando de habilidade, criatividade e competência, Colin Bailey faz escola em muitos veteranos jurássicos do mundo da música. Para quem sabe aguardar, as expectativas para um próximo trabalho são altas - pelo menos da parte deste que vos fala.

Nota: 8,2


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